Pesquisa com 2.259 eleitores em São Paulo, realizada nos dias 30 de março e 6 de abril de 2019, investigou identidades e concordância com afirmações políticas de eleitores que escolheram Bolsonaro e outros candidatos no primeiro turno das eleições presidenciais de 2018.
A pesquisa buscou verificar hipóteses sugeridas por investigações anteriores e pela literatura científica a respeito de certas características dos “bolsonaristas”: seu caráter antissistêmico, sua relação com o engajamento político e com o consumo intensivo de notícias políticas nas mídias sociais, sua relação com o nacionalismo e a xenofobia, sua rejeição da grande imprensa, sua relação com o antipetismo, sua adesão às “guerras culturais” e ao anti-intelectualismo, sua crítica aos movimentos “identitários” e a situação de desesperança social.
Para isso medimos identidades, opiniões e concordância com afirmações no grupo investigado, dos eleitores de Bolsonaro e comparamos com dados do grupo de controle, dos não eleitores de Bolsonaro. Os principais resultados foram:
1) a adesão a identidades políticas de direita, conservador e antipetista distinguem os eleitores de Bolsonaro;
2) o antagonismo aos movimentos sociais identitários e aos direitos humanos e seus supostos representantes nas elites culturais e intelectuais é também um traço distintivo dos bolsonaristas;
3) o sentimento antissistema não é um traço distintivo dos eleitores de Bolsonaro, embora seja a atribuição das disfunções sistêmicas ao Partido dos Trabalhadores;
4) os bolsonaristas não parecem especialmente favoráveis às reformas liberais propostas pelo governo;
5) apesar de ausente na campanha, a xenofobia parece um traço distintivo dos eleitores de Bolsonaro.
Coordenação: Márcio Moretto e Pablo Ortellado
Tratamento estatístico: Leonardo Zeine
Repercussão na imprensa: Época
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