A pesquisa investigou a presença de marcas de identidade política em um grande aplicativo de relacionamentos. Estudos anteriores e evidências anedóticas sugeriam que, no ambiente polarizado, homens e mulheres estavam buscando parceiros com as mesmas identidades políticas. Para verificar a existência e a amplitude deste fenômeno recolhemos dados de perfis de 18 a 54 anos da cidade de São Paulo em um grande aplicativo de relacionamentos buscando marcas de identidade política, sejam elas positivas (afirmação da própria identidade) ou negativas (rejeição a identidades adversárias). Separamos essas marcas de identidade por sexo, por idade e por bairro. Os dados foram recolhidos de maneira anônima e são apresentados de forma desindividualizada e agregada. Os resultados mostram que cerca de 1 em cada 15 usuários do aplicativo em bairros centrais de São Paulo apresenta marcas de identidade política no perfil. A ocorrência dessas marcas de identidade acontece com muito menos frequência – quase a metade – em bairros periféricos. As marcas de identidade são muito maiores entre pessoas de esquerda do que entre pessoas de direita, um pouco maiores entre mulheres do que em homens e menos frequentes a partir dos 45 anos.
Autores: Carolinne Pinheiro, Márcio Moretto Ribeiro e Pablo Ortellado
Repercussão: O Globo
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